terça-feira, 7 de outubro de 2014

F1 2014 - Sobre Jules Bianchi - E com a palavra, Gary Hartstein (2)

Médico-chefe da Fórmula1 entre os anos de 2005 e 2012, o Dr. Gary Hartstein escreveu um artigo logo após o boletim médico de Jules Bianchi, divulgado pela Marussia, na manhã desta terça (7).
Em seu artigo, ele explicou do que se trata a lesão axonal difusa de forma bem simples para as pessoas entenderem, disse também que as notícias não são nada animadoras para o piloto, e com a palavra (pela segunda vez no blog), Dr. Gary Hartstein:
"Quando um paciente faz uma tomografia, algumas vezes nos surpreendemos que nossos próprios pacientes em coma têm um resultado incrivelmente "normal". Quando o exame aponta um inchaço generalizado sem lesões neurológicas focais significativas, como hematomas, falamos de lesão axonal difusa, a DAI. Nós odiamos quando isso acontece. É um exame intocado, com um paciente em coma muito sério", explicou.

"Numa separação de termos: Difuso: diferente de hematomas, que por definição ocorrem em um certo local, usando imagem convencional, a DAI não mostra qualquer local específico de dano. Obviamente, isso não é exatamente boa notícia, porque vai contra a sistematização dos sintomas do paciente, também torna a recuperação mais complexa, etc", continuou.

"Axonal: os axons são cabos da célula nervosa. Eles são cabos isolados que servem para conduzir os impulsos nervosos mais rápido, então estão cobertos em uma membrana gordurosa, tornando-os esbranquiçados. Quando você agrupa muitos axons, tem massa branca. Os corpos celulares das células nervosas (neurons) são cinza. Então, quando você coloca um monte de corpos de células nervosas juntas, você tem massa cinza", prosseguiu.

"A DAI parece danificar a massa branca do cérebro. O cabeamento. De novo, isso não é bom, já que são os cabos que permitem o processamento de informações de maior nível alcançando várias áreas cerebrais, como visuais e auditivas. Você vê o que está sendo dito, escuta o que está sendo falado, mas o que permite a compreensão são as áreas associativas do cérebro, que fundem e integram as informações. É esse processo que é facilmente interrompido pela DAI. Isso vai ser muito confundido ao inchaço cerebral, pelo menos no começo", finalizou a explicação sobre o que o francês sofreu.

Logo após a explicação, Gary demonstrou pessimismo e se disse triste por Jules:


"Estou totalmente destruído e entristecido. A DAI normalmente é associada a prognósticos sombrios. Jules é jovem, forte e está sendo tratado por uma excelente equipe. Vamos, Jules. Vença", encerrou o Dr. Gary Hartstein.

Vença Jules, apenas vença!

Rômulo Rodriguez Albarez – São Paulo/SP - ...

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