quinta-feira, 15 de maio de 2014

F1 2000 - O milagre de Mika Hakkinen

Foi em 2000 no circuito de Ímola que se presenciou um milagre, um daqueles momentos de se tirar o fôlego, e não foi em uma corrida, foi no treino classificatório.
Minutos finais do treinos e Michael Schumacher tomava a pole de Mika Hakkinen.
Faltando alguns segundos para o fim da atividades Mika Hakkinen conseguiu abrir uma volta cronometrada em sua McLaren.
Na primeira parcial o finlandês marca 85 milésimos acima do tempo do alemão, na segunda 89 milésimos e os narradores ainda acreditavam.
Foi aí que Mika Hakkinen errou, colocou duas rodas na terra e s narradores deram como certa a pole de Schumacher, mas Hakkinen em dia inspirado começou a jogar seu carro nas curvas, fazendo derrapagens controladas em uma época em que os pneus não permitiam tais movimentos.
A última curva é de tirar o fôlego, o som do motor saltando os giros com o carro derrapando como se estivesse no molhado é algo que o esporte proporciona uma vez apenas de tempos em tempos.
A gritaria dos narradores resume bem o que estou falando, o resultado da volta de Mika Hakkinen está no vídeo, se arrepie:


E no final do fim de semana, vitória de Michael Schumacher, com Mika Hakkinen em segundo e David Coulthard em terceiro
Rômulo Rodriguez Albarez - São Paulo/SP - Foi aí então que descobri você...

F1 2014 - Som dos carros - Fórmula 1 X GP2

Dica do Cayto Grotkowsky, a diferença do barulho produzido pelos carros da Fórmula 1 e da GP2, e a diferença é absurda, confira:


A Mercedes até tentou aumentar o som dos carros nos testes de "inverno" dessa semana colocando um cone no escapamento, mas o resultado ficou um tanto cômico e ridículo, na dica da Laneeh Martins, imagem abaixo:

Rômulo Rodriguez Albarez - São Paulo/SP - Tenho andado distraído...

terça-feira, 13 de maio de 2014

F1 2014 - GP da Espanha


Que corrida chata, sonolenta.
Mais uma vitória de Lewis Hamilton com Nico Rosberg em segundo, e pela primeira vez mudamos o líder do campeonato, Lewis está quatro pontos a frente de Nico.
O incomodo de chegar atrás do companheiro de equipe pela primeira vez no ano é mostrado por Nico Rosberg, o alemão apareceu de cara fechada tanto no sábado, quando Hamilton marcou a pole, quanto no domingo quando o mesmo venceu.
Agora basta ver se o incomodo faz Rosberg acordar ou se será mais uma dificuldade na briga corrida a corrida contra Hamilton, que vem dando um baile em seu companheiro.
Falando agora do segundo escalão, o australiano Daniel Ricciardo completa o pódio, e dessa vez foi válido e o companheiro de Vettel já pode dizer que tem um pódio na carreira.
Sebastian Vettel fez tudo errado no sábado, largou em 16º e no domingo foi  nome da corrida, chegou em quarto lugar fazendo uma prova de recuperação incrível.
Fernando Alonso dessa vez teve mais dificuldades para chegar a frente de seu companheiro de equipe, Kimi Raikkonen, o espanhol só conseguiu ultrapassar o finlandês nas últimas voltas e o tão esperado duelo finalmente aconteceu, e Alonso segue "engolindo" Raikkonen, os pilotos da Ferrari chegaram em sexto e sétimo respectivamente.
Felipe Massa sai da Espanha querendo esquecer o fim de semana
Valtteri Bottas teve um ótimo fim de semana, e conquistasse um pódio com sua Williams teria sido perfeito e merecido, largou em quarto e perdeu a posição para um espetacular Sebastian Vettel na parte final da corrida chegando em quinto.
Enquanto Bottas teve na Espanha motivos pra comemorar, o brasileiro Felipe Massa teve um fim de semana para ser esquecido. Vinha bem nos treinos, sempre andando a frente de Bottas, foi aí que no G3, ele nos faz o favor de errar e amarga a nona posição, cinco atras de Bottas, o quarto.
Na corrida foi pior ainda, na largada ganhou uma posição mas não conseguiu fazer sua corrida fluir, muito pelo contrário, andou para trás e terminou fora dos pontos, em 13º. Ou o Felipe acorda ou vai precisar trabalhar de escudeiro para Valtteri Bottas.
E pra falar que a corrida não foi inteiramente chata, no final além da briga entre Alonso e Raikkonen, vimos a perseguição de Nico Rosberg a Lewis Hamilton, não deu em nada mas gerou uma espectativa de quem assistia.



Confira o resultado final do GP da Espanha:

1) Lewis Hamilton (ING/Mercedes), com 1h41m05s155
2) Nico Rosberg (ALE/Mercedes) +0s636
3) Daniel Ricciardo (AUS/RBR-Renault) +49s014
4) Sebastian Vettel (ALE/RBR-Renault) +1m16s702
5) Valtteri Bottas (FIN/Williams-Mercedes) +1m19s293
6) Fernando Alonso (ESP/Ferrari) +1m27s743
7) Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari) +1 volta
8) Romain Grosjean (FRA/Lotus-Renault) +1 volta
9) Sergio Pérez (MEX/Force India-Mercedes) +1 volta
10) Nico Hulkenberg (ALE/Force India-Mercedes) +1 volta
11) Jenson Button (ING/McLaren-Mercedes) +1 volta
12) Kevin Magnussen (DIN/McLaren-Mercedes) +1 volta
13) Felipe Massa (BRA/Williams-Mercedes) +1 volta
14) Daniil Kvyat (RUS/STR-Renault) +1 volta
15) Pastor Maldonado (VEN/Lotus-Renault) +1 volta
16) Esteban Gutiérrez (MEX/Sauber-Ferrari) +1 volta
17) Adrian Sutil (ALE/Sauber-Ferrari) +1 volta
18) Jules Bianchi (FRA/Marussia-Ferrari) +2 voltas
19) Max Chilton (ING/Marussia-Ferrari) +2 voltas
20) Marcus Ericsson (SUE/Caterham-Renault) +2 voltas

Não completaram:

Kamui Kobayashi (JAP/Caterham-Renault) com 34 voltas
Jean-Eric Vergne (FRA/STR-Renault) com 24 voltas

enquanto isso...

- Felipe Nars enfim conquista sua primeira vitória na GP2...

O pódio de Felipe Nars na GP2
Rômulo Rodriguez Albarez - São Paulo/SP - #keepfightingMichael

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Fórmula 1 1993

Relembrando...


Rômulo Rodriguez Albarez - São Paulo/SP - #keepfightingMichael

Há 21 anos, a primeira e última vez - P1 Prost - P2 Senna - P3 Schumacher

Há 21 atrás, dia 09 de maio de 1993, a única vez de um fato que anos mais tarde se descobriria como histórico, Alain Prost, Ayrton Senna e Michael Schumacher lado a lado em um pódio.
Aconteceu no GP da Espanha de 1993, Alain Prost estava conquistando então sua terceira vitória no ano e assumia a liderança do campeonato, colocando Ayrton Senna em segundo (31 pontos do francês contra 30 do brasileiro). O então jovem Michael Schumacher estava conquistando ali seu terceiro pódio na temporada, com dois terceiros e um segundo, estava em quarto no campeonato, atrás de Damon Hill.
No final da temporada de 1993, Alain Prost se torna tetracampeão, com Ayrton Senna vice e Michael Schumacher em quarto no mundial.



Rômulo Rodriguez Albarez - SP/SP - #fuerzaSchumacher

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Morre nosso "Ray Charles", Jair Rodrigues

Hoje, morreu Jair Rodrigues, nosso "Ray Charles", nosso gênio da música popular brasileira, que hoje ficou um pouquinho mais triste.
A simplicidade em pessoa, tratava todos com dignidade, o músico, o homem, o pai, a alegria em pessoa. Descanse em paz Camarada!


Jair Rodrigues - 1939 - 2014
Rômulo Rodriguez Albarez - SP/SP - #RIPJair

E com a palavra, Alex Dias Ribeiro (parte 5) - Ayrton Senna foi para o céu?

Como sempre, gosto de colocar textos escrito pelo Alex Dias Ribeiro, suas experiências dentro e fora das pistas e suas palavras sábias embasadas na bíblia sempre são muito bem-vindas e muitas vezes esclarecedoras.

Ayrton Senna foi pro Céu?

Segunda-feira, depois da tragédia de Ímola em 1994, o telefone de Atletas de Cristo não parou de tocar o dia inteiro. Todo mundo queria saber se Ayrton foi para o Céu, ou não…


Action Man


Intrépido, impetuoso, corajoso, decidido, valente. Um dicionário só era pouco para definir ou descrever Senna atrás de um volante. Rápido como um raio, é mais fácil de entendê-lo! Andava sempre no limite do carro, da pista, dele mesmo e até acima de tudo, como se não houvesse limite algum! Assumia riscos que faziam Alain Prost arrepiar de medo de andar ao seu lado a 300 Km/h. Nigel Mansel o único maluco de peitar Ayrton em sete duelos roda a roda, empatou um e perdeu seis. Quando não purverizava seus adversários no cronômetro e na pista, resolvia a parada na marra ou no tapa.


O piloto


Técnico, habilidoso, preciso, rápido, auto-confiante, calculista, consistente, superdotado. Também não há dicionário que o qualifique. O Pelé das 4 rodas, é mais fácil de entender.Obcecado pela vitória, pela pole-position e pela quebra de todos os recordes, Ayrton era um mau perdedor. Segundo lugar, para ele sempre foi um péssimo resultado.Quando metia o bico de seu carro por dentro de alguém numa curva, Ayrton passava pelo lado ou por cima, se fosse preciso. Abusar da sorte não era problema nenhum para ele.


O homem


Ao contrário do super-herói ao volante, Ayrton era um homem tímido, introvertido, calado e triste no olhar. Muito sensível, ele era extremamente vulnerável às criticas, aos desapontamentos e amarguras que a vida impõe aos simples mortais. Para ele Prost, Piquet e Mansel eram mais que adversários, eram inimigos odiosos. A enorme diferença entre a estatura do mito e do homem levava Ayrton e sua família a construírem muros de proteção para sua vida íntima. Mas o muro funcionava para os dois lados, e o homem vivia muito solitário porque todos queriam saber apenas do mito. Seu encontro com Cristo foi o grande plus de sua vida. Mas a experiência com os cristãos que viviam atrás dele pedindo coisas que iam de um autografo até dinheiro, passando por algumas propostas de casamento, o deixavam confuso e aborrecido. Generoso por natureza, Senna era um homem caridoso que ajudava muita gente, entidades assistenciais e até igrejas.

A corrida da fé

Em 1988, já era reconhecidamente o melhor piloto do mundo, mas as coisas não andavam dando muito certo para ele na F1. Incomodada com a maré de azar, sua irmã, levou a missionária Neuza Itioka para orar por ele. Neuza diagnosticou a presença de uma grande força maligna atuando na vida de Ayrton e orou por libertação em nome de Jesus. Impressionado com o milagre da série de vitórias que seguiram essa oração, ele voltou querendo saber mais sobre este Deus tão poderoso. Neuza apresentou-lhe Jesus, como único caminho para se chegar a Deus. Falou do plano da salvação e fez o convite para que Ayrton Senna da Silva recebesse a Cristo, como seu único e suficiente salvador. Ele topou na hora. Foi uma decisão muito consciente e sincera.Durante um ano procuramos manter sigilo absoluto, tentando dar a Senna a chance de crescer espiritualmente antes de ser confrontado pelo mundo da F1. Mas ele mesmo começou a sentir dentro de si um desejo enorme de falar das coisas lindas que sentia em seu coração em lua-de-mel espiritual. No GP de Portugal de 1989, ele abriu a boca na coletiva de imprensa e falou quase meia hora sobre seu relacionamento com Deus. Foi uma bomba que repercutiu no mundo inteiro! Daí em diante ele nunca mais teve sossego sobre o assunto. Imprensa, adversários, dirigentes, torcedores, cristãos, ateus e agnósticos passaram a cobrar de Ayrton o estilo de vida de um santo. Mas ele era apenas um bebê espiritual. Uma reportagem infeliz e a pressão do pai, afastou Neuza e outros irmãos que poderiam ter tido uma influência positiva no seu crescimento espiritual. Sem discipulado e disciplina, ele teve uma vida cristã errática entregue à sua própria percepção do Altíssimo. Ninguém se atrevia a confrontá-lo honestamente quando pisava na bola, por medo de perder o freguês. Sem uma boa orientação bíblica, Ayrton continuou levando a vida centrada em si mesmo, ao invés de centrá-la em Deus.Decepcionado com a religião, saiu em busca da autossatisfação nas coisas do mundo. Mas o que ele buscava, o mundo não podia oferecer. E assim foi tornando-se insatisfeito ao ponto de subir ao pódio depois de grandes vitórias e não expressar um mínimo sorriso no rosto.

Brincando com a morte

Ayrton nunca escondeu que tinha medo da morte e da dor. Mas, sabia conviver muito bem com o perigo e o medo. Como um menino travesso que se diverte cutucando a onça com vara curta, ele adorava viver perigosamente.Na verdade, a idéia do perigo o fascinava ao ponto de levar a vida no fio da navalha... Até que a morte o ceifou na curva mais veloz do mundo.Morreu em grande estilo. Morreu fazendo o que gostava. Morreu no primeiro lugar, andando na frente de todo mundo.Daqui pra frente, nem Schumacher que vinha logo atrás, nem ninguém mais neste planeta, conseguirá ultrapassá-lo nas pistas.
Ayrton Senna e Alex Dias Ribeiro em corrida comemorativa de kart
Morre o homem fica o mito.

Foi o maior funeral da história do Brasil! O mito vira herói nacional e internacional. Seu nome vai para o livro dos recordes. O mito entra para a história. Morre o mito fica o homem?Daqui há cem anos, o mito já era. E o homem?
Cristo entregou Sua vida na cruz para salvar pecadores. A eternidade não tem lugar para mitos. Ayrton foi para o céu? Todos se perguntam... Mesmo não vivendo como manda o figurino cristão, Ayrton tomou em vida a decisão de receber a Cristo como seu salvador. Depois da morte segue-se o juízo (Hb.9:27). O juiz é Deus e sua justiça é Cristo morrendo por nossos pecados. Juntando essas premissas ao incondicional amor de Deus por pecadores perdoados; eu creio que Ayrton Senna da Silva vai pro Céu...

Alex Dias Ribeiro

Rômulo Rodriguez Albarez - SãoPaulo/SP - #RIPJairRodrigues Nosso Ray Charles...

32 anos sem Gilles Villeneuve

Exatos 32 anos atrás, no dia 8 de maio de 1982, um acidente dos mais estúpidos levava a vida de um dos mais espetaculares pilotos que a Fórmula 1 já viu, o canadense Gilles Villeneuve morria com 32 anos, deixando a esposa Joann Barthe e dois filhos, Melaine Villeneuve e Jacques Villeneuve, que 15 anos após a morte do pai, conquistou o que Gilles jamais conquistaria, um título mundial de Fórmula 1.


Rômulo Rodriguez Albarez - São Paulo/SP - #keepfightingMichael

terça-feira, 6 de maio de 2014

Porque assistimos Fórmula 1?

Nigel Mansell e Nelson Piquet
Porque gastamos duas horas do nosso domingo olhando para mais ou menos 22 carros, dando em torno de 70 voltas por um caminho que leva sempre ao mesmo ponto?
Muitas vezes temos que acordar as 3 horas da manhã pra assistir a corrida, ou muitas vezes nem dormimos esperando?
Ou pior ainda, quando a corrida é as 5 horas da manhã, não dormir? Dormir? E o medo do despertador não nos acordar?
Muito mais do que carros dando voltas e voltas, o que nos atrai a ficarmos ali, estáticos, prestando atenção a detalhes, minutos, segundos, décimos, milésimos de segundo.
Estatísticas, tradições, rivalidade, histórias que ainda passam por cima da politicagem que vem assombrando a Fórmula 1 e ameaçando o esporte puro.
O momento único de uma ultrapassagem bem feita, e quando ela é em cima de um carro igual, companheiros de equipe brigando livremente por posições esse momento fica ainda melhor, dos mais velhos, quem não se lembra das batalhas épicas de Didier Pironi e Gilles Villeneuve de Ferrari, batalhas que levaram os dois a morte vale lembrar, ou das batalhas de Nelson Piquet e Nigel Mansell com suas Williams, Ayrton Senna e Alain Prost de McLaren, agora temos Lewis Hamilton e Nico Rosberg de Mercedes, e que as batalhas continuem.
Já dizia Niki Lauda que a Fórmula 1 é negócio, mas nem de negócio esse esporte totalmente capitalista vive, vive de momentos únicos, da pura competição, do êxtase, da adrenalina, da surpresa, da vitória, da derrota e da decepção.
Vivemos no país do futebol, no país do falso patriotismo, onde um esporte só é amado e acompanhado se um brasileiro estiver vencendo tudo.
Ou você é brasileiro e não sabe do que eu estou falando, ou realmente gosta de Fórmula 1 e sabe do que eu estou falando.
E é por tudo isso que eu assisto Fórmula 1.



Rômulo Rodriguez Albarez - São Paulo/SP - #keepfightingSchumacher

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Ímola 1994 - 20 anos depois - 01/05/1994 - Ayrton Senna

O tempo passa rápido, já se foram 20 anos desde que ele se foi, sem palavras, apenas saudade.


Saudade apenas...

Rômulo Rodriguez Albarez - São Paulo/SP - #SennaSempre

E o meu 1º de maio de 1994 foi assim...

Sempre ouço dizer que todo mundo que viveu o 1º de maio de 1994 se lembra onde estava ou o que estava fazendo na hora do acidente do Ayrton Senna, e meu 1º de maio foi mais ou menos assim:
Minha mãe me acordou as 8:20 da manhã, me trocou (calça jeans, camiseta e jaqueta jeans).
As 8:50 eu já estava pronto e dê café da manhã tomado, agora era só ir para a Escola Bíblica Dominical na extinta igreja Assembléia de Deus da Rua Abagiba, Vila Vera, São Paulo.
Esse era o objetivo da minha mãe, me levar pra igreja, o meu era apenas assistir o Grande Prêmio de Ímola de 1994, eu era um garoto de 9 anos.
Desde muito pequeno, sempre gostei de Fórmula 1 e como de costume eu dava muito trabalho para ir à igreja nos domingos de Fórmula 1.
Naquela manhã eu estava ainda mais determinado em assistir a corrida, pois a repercussão do acidente de Rubens Barrichello e a morte de Roland Ratzenberger havia sido muito grande e eu estava focado em ver o grande prêmio, e claro, Ayrton Senna.
Sentei no beiral da cama no quarto da minha mãe, minha pequena bíblia estava ao meu lado, pois, como se lembram eu estava pronto para ir à igreja, segundo minha mãe.

A corrida começou, minha mãe me gritando pra sairmos e eu fingindo não ouvir, acidente na largada, algumas voltas de safety car e mais gritos da minha mãe e eu ali, firme, e tudo recomeçou na re-largada, primeira volta ok, Ayrton Senna em primeiro com Michael Schumacher (como eu secava ele) na cola em segundo e de repente uma frase, "...e Senna bate forte...".
Me lembro desse instante como se tivesse acontecido a 5 minutos atrás.
Arregalei os olhos e dei um grito, "MÃÃÃEEEEEE, O SENNA BATEU!!!".
E eu estava ali quando recebi a notícia, sentado no beiral do portão, os azulejos marrons ainda são os mesmos.
Me lembro d agonia do Galvão Bueno ao narrar a imagem do carro destruído com um Ayrton Senna imóvel, sem atendimento médico, eternos segundos, nessa altura eu já estava em pé na frente da TV, com minha mãe, pai e irmã no quarto, todos imóveis observando, meu herói ali, morrendo ao vivo na TV, na frente do mundo, e eu chorei.
Chorei enquanto Ayrton era atendido, suas pernas esticadas, o helicóptero pousando, pilotos aflitos sem saber de notícias, o mundo parou naquele momento.
O helicóptero se foi, levando o corpo do nosso campeão, ele estava morrendo aos poucos e minha mãe "venceu", a corrida recomeçou novamente e fomos para a igreja.

Devido o atendimento do Senna ao vivo, chegamos atrasados na igreja, não lembro de nada, apenas que como de costume eu iria almoçar na casa do meu primo, mas naquele dia não teve bicicleta, não teve futebol e nem video-game. Ficamos na frente da TV acompanhando as notícias, uma pior que a outra, até que decidimos ia pra calçada, sentamos e ficamos conversando quando chega o vizinho e diz: "Vocês viram, o Senna morreu...".Não respondi nada, corri pra dentro sem acreditar e vi na TV, a repetição do áudio do Cabrini informando que Ayrton havia partido, e então chorei.
Fiquei em frente a TV o resto do dia, a noite voltei para a igreja no culto da noite, o culto parecia um funeral, no fundo era.
Voltei pra casa, chorei e dormi.

Rômulo Rodriguez Albarez - São Paulo/SP - #sennasempre