quinta-feira, 9 de outubro de 2014

F1 2014 - Tradição ou segurança?

Conceito aproximado de como ficariam os carros com cockpits cobertos
O acidente de Jules Bianchi trouxe a tona novamente um assunto que de tempos em tempos ronda a Fórmula 1, a cobertura do cockpit.
Em 2009, em um curto espaço de tempo, dois acidentes envolvendo a cabeça dos pilotos, o acidente de Felipe Massa, quando a mola do carro de Rubens Barrichello acertou sua cabeça na Hungria e na Fórmula 2, Henry Surtees (filho do campeão de Fórmula 1 de 1964, John Surtees) morreu em decorrência de sua cabeça ser acertada por uma roda de um outro carro, que pulava na pista enquanto vários carros passavam, o ocorrido foi em Brands Hatch, Inglaterra. Felipe Massa sobreviveu, ficou fora da metade final da temporada de 2009 enquanto Henry, não teve a mesma sorte e faleceu, na hora do acidente.
Esses fatos levantaram com mais força o assunto sobre a cobertura do cockpit para proteger a cabeça dos pilotos, mas depois acabou perdendo força e foi “colocado de volta na gaveta”.
Outro exemplo
Depois veio o acidente com a Marussia em julho de 2012, Maria De Villota fazia testes aerodinâmicos em um aeroporto quando seu carro em baixa velocidade se descontrolou e foi parar embaixo de um caminho, a piloto ficou entre a vida e a morte, mas sobreviveu, porém perdeu seu olho direito e passou por diversas plásticas e chegou a ser nomeada para um cargo de auto escalão na FIA. Em 11 de outubro de 2013, Maria foi encontrada morta em seu quarto do hotel em que estava hospedada, a morte foi consequência do acidente do ano anterior.
Dia 5 de outubro de 2014, quase um ano após a morte de Maria, foi a vez de Jules Bianchi sofrer um grave acidente em que a questão sofre cobrir o cockpit ganha força.
Sabe-se que ano passado as equipes descartaram a ideia por que os carros ficariam feios (como se fossem lindos hoje).
Esse que vos escreve é totalmente contra por razões sentimentais, uma das características da Fórmula 1 é o cockpit descoberto, foi assim desde os tempos primórdios da Fórmula 1, sempre mostrando claramente a cabeça do piloto, parte das mãos, pode-se ver o trabalho do piloto no carro, mas também começo a pensar no assunto, será que já não passou da hora de algo a respeito ser feito?
É hora de manter a tradição (linda, por sinal), ou optar radicalmente pela segurança?

Em Sochi, na Rússia, alguns pilotos deram suas opiniões:

Fernando Alonso

“Eu provavelmente tendo a concordar que nós deveríamos ao menos, checar, tentar ou testar a ideia, nós estamos em 2014, temos a tecnologia, temos aviões e muitos outros exemplos usados de maneiras bem sucedidas, então porque não pensar a respeito?”, indagou Fernando Alonso.

“Todos os maiores acidentes no esporte a motor nos últimos anos tiveram lesões na cabeça, então esta provavelmente é uma das áreas onde não estamos no máximo da segurança, até mesmo no meu caso, em 2012 em Spa, eu provavelmente poderia ter morrido na curva 1 se tivesse sido 10cm mais perto da minha cabeça”, continuou.

“Se a tecnologia está aí disponível e tem a possibilidade, eu certamente não descartaria”, finalizou o espanhol.
O clima foi pesado na entrevista coletiva dos pilotos, em Sochi
Felipe Massa

“Eu concordo totalmente com o Fernando, seria interessante tentar trabalhar nessa possibilidade, definitivamente, para o meu acidente, teria sido perfeito. Para Jules, eu não sei”, concluiu Felipe Massa.

Sebastian Vettel

“Eu tenho meio que sentimentos opostos, nos carros da F1, desde o início da F1, e das corridas de monopostos, isso é uma das coisas que sempre foi muito especial”, apontou Vettel.

“Por outro lado, como Fernando apontou, tem muitas razões para avaliarmos a opção de cockpit fechado para o futuro”, admitiu e finalizou o alemão.

Jenson Button

“Tem coisas positivas, claro, em termos de um ponto de vista de segurança, mas isso é a F1, foram cockpits abertos desde o início dos tempos, então é uma mudança muito grande para o esporte fazer”, avaliou Button.

#ForzaJules

Rômulo Rodriguez Albarez - São Paulo/SP - ...

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