terça-feira, 26 de abril de 2011

10 anos sem Michele Alboreto

Eu não poderia deixar passar em branco essa triste data relacionada a um dos pilotos que mais admiro, não por seu dom para pilotar, ou por ser um multi-campeão, o que não seria verdade, mas pela simplicidade, simplicidade de um grande, o cara que inspirou o capacete desse "piloto sem carro" que vos escreve, o grande (na minha concepção) Michele Alboreto.

O início
Michele Alboreto era estudante de desenho técnico em 1976 e junto com um grupo de amigos desenvolveram um carrinho para andarem na Fórmula Monza. Como seu projeto não deu muito certo, Alboreto mudou de categoria, indo para a Fórmula Itália, em 1978.
Michele Alboreto em seu Fórmula Monza, 1976
Em 1979 Alboreto conquistou o título da Fórmula 3 italiana. Em 1980, conquistou o campeonato europeu de F3 e em 1981, conquistou a única vitória da Minardi na Fórmula 2.
Além disso, Alboreto participava de algumas corridas de protótipos junto com outro piloto italiano, Riccardo Patrese. Sua primeira vitória veio em 1981, nas 6 horas de Watkins Glen. Em 1982 Alboreto venceu às 6 horas de Silverstone (dupla com Patrese), os 1000 km de Nürburgring (fez trio com Teo Fabi e Patrese) e os 1000 km de Mugello, em dupla com Piercarlo Ghinzani.
Seu começo na Fórmula Um, pela Tyrrell (81/82/83)
Alboreto em seu primeiro ano - Tyrrell 1981
Alboreto começou na F1 em 1981, substituindo o piloto da Tyrrell, Ricardo Zunino. Foram dez corridas e um nono lugar no GP da Holanda como melhor resultado. Ken Tyrrell ficou satisfeito com o rendimento de Alboreto e o manteve para o ano de 1982. Com apenas 25 anos, Alboreto foi considerado a revelação do ano. Venceu o GP dos EUA (Las Vegas), numa disputa difícil com John Watson, que na época era piloto da McLaren e disputava o título com Keke Rosberg, na Williams. Neste ano, o piloto italiano começou a ser sondado pela Ferrari. Marcou 25 pontos e terminou o campeonato em 8º lugar.
Em 1983 Alboreto permanece na Tyrrell e vence pela segunda vez na carreira. Novamente a vitória aconteceu nos EUA, mas desta vez em Detroit. Faltando nove voltas do fim, Nelson Piquet liderava a prova com folga e abria certa vantagem para a Tyrrell de Alboreto, quando o brasileiro teve um pneu furado e foi obrigado a fazer um pit-stop. O italiano pulou para a ponta e administrou a vantagem que tinha sobre a Williams de Keke Rosberg. Foi a última vitória do motor Cosworth DFV na F1. Marcou 10 pontos ao longo da temporada, ficando em 12º no campeonato.
Ferrari e 1 vice-campeonato
Michele Alboreto em sua Ferrari 1985 - O ano do vice-campeonato
Enfim, em 1984 Alboreto realizava seu grande sonho, que era ser piloto da Ferrari.  Embora tenha feito uma temporada de altos e baixos, acabou vencendo o Grande Prêmio da Bélgica daquele ano. Conseguiu mais 3 pódios na temporada e terminou em 4º lugar no campeonato, marcando 30,5 pontos. 
Já a temporada de 1985 acabou sendo a melhor temporada do italiano na F1. Alboreto vinha muito bem no campeonato e estava na disputa com Prost (McLaren) pelo título. Porém, nas cinco últimas provas do calendário, Alboreto acabou traído pelo seu equipamento e Prost acabou vencendo a disputa.
Alboreto venceu no Canadá e na Alemanha, chegou em 2º em quatro oportunidades e ficou em 3º em outras duas provas. Marcou 53 pontos e ficou com o vice-campeonato. Nunca mais ele venceria pela equipe de Maranello. 
Em 1986 a Ferrari não foi capaz de dar um carro competitivo para o italiano. Acabou abandonando 9 corridas ao longo da temporada, 7 por problemas mecânicos. Conquistou apenas um pódio, no GP da Áustria e terminou a temporada em nono lugar.
Para 1987 a Ferrari contrata Gerhard Berger, que passa a disputar a atenção da equipe com Alboreto. O italiano conquistou apenas 3 pódios ao longo da temporada, marcando apenas 17 pontos e ficando na 7ª posição no campeonato. Por outro lado, Berger venceu por duas vezes (no Japão e na Austrália) e marcou 13 pontos a mais que o italiano. Desta forma, Berger acabou se tornando o 1º piloto da equipe na temporada de 1988.
Com a chegada de Berger na Ferrari, Alboreto perde espaço
E a temporada foi amarga para Alboreto. Com um domínio absoluto da McLaren de Senna e Prost, a Ferrari conseguiu apenas um triunfo, justamente com Berger em 1º e Alboreto em 2º, no Grande Prêmio de Monza. Terminou o ano em 5º lugar, com 24 pontos marcados.
Mesmo com uma temporada apagada, Frank Williams chegou a convidar Alboreto para assumir um dos carros da equipe inglesa para o ano de 89. Porém, o convite acabou não se concretizando e Alboreto acabou ficando em uma posição incomoda, chegando a pensar em se retirar da Fórmula Um.
A primeira vitória pela Ferrari - Zolder/84
O declínio na F1
Foi quando Ken Tyrrell lhe ofereceu uma nova oportunidade e Alboreto acabou aceitando. Graças ao apoio da Marlboro, a Tyrrell conseguia pagar os salários de Alboreto. Porém, o clima começou a ficar ruim a partir do GP de Mônaco.
A equipe havia acabado de construir apenas um novo carro, o modelo 018. E este foi disponibilizado para Jonathan Palmer na quinta. Alboreto teria que andar na quinta com o carro mais antigo, o modelo 017, pois o outro 018 ainda não estava pronto. Alboreto não gostou da escolha e acabou boicotando o treino da quinta. Apesar dos problemas, conseguiu o quinto lugar em Mônaco e conquistou também uma terceira colocação no México.
O clima azedou de vez quando Ken Tyrrell conseguiu o patrocínio da Camel para a sua equipe. Como Alboreto era pago pela Marlboro, Ken Tyrrell pediu que Alboreto terminasse sem contrato pessoal. Como o piloto recusou, acabou sendo demitido da equipe no meio da temporada, sendo substituído por Jean Alesi.
Alboreto ainda aceitou um convite feito pela horrível Larrousse-Lamborghini para disputar a pré-classificação no final do ano, mas sem sucesso.
Terminou o ano de 89 com apenas 6 pontos marcados.
O que esta ruim pode piorar
A Minardi de 1994 - A despedida de Alboreto do Fórmula 1, aos 37 anos
No entanto, Alboreto acabou sendo seduzido pelo projeto da Footwork, que estava comprando a equipe Arrows em 1990. Era um ano de transição para a equipe, que utilizaria os carros da temporada passada. Com um carro antigo, Alboreto terminou várias corridas entre os dez melhores, mas o carro era muito ruim e não chegou a marcar pontos.
Para o ano de 91, a Footwork comprou o restante da equipe Arrows e começou uma parceria com a Porsche, que forneceria os motores V12 para aquele ano. Porém, o conjunto da obra se mostrou horroroso e Alboreto não conseguiu se classificar em diversas vezes. Dessa forma, os pesados e não confiáveis motores Porsche foram trocados pelos Hart. Mesmo assim, o carro era muito ruim e Alboreto conseguiu terminar apenas duas corridas. Foi a segunda temporada do italiano sem marcar pontos.
Mas para 1992 a Footwork tem um novo projeto, desta vez com os motores Mugen Honda V10. O FA13 era de confiança em comparação com seu antecessor e Alboreto chegou aos pontos em quatro oportunidades, além de terminar em sétimo lugar seis vezes. Com seis pontos, Alboreto termina em décimo lugar no campeonato.
Desgastado, Alboreto parte para outra e acerta com a Scuderia Itália para a temporada de 1993. O time italiano usava motores Ferrari e chassis Lola, mas o carro era terrível e o piloto italiano não se classificou várias vezes durante o ano. Antes do final da temporada, a equipe acaba falindo e o que restou se fundiu com a Minardi. Assim, Alboreto disputou sua última temporada na Fórmula 1 pela equipe de Faenza e marcou o último ponto no Grande Prêmio de Mônaco de 1994, saindo aos 37 anos de idade.
O recomeço da carreira nos carros esporte
O carro de sua última vitória e também o de sua morte - Audi R8
Em 1995 Alboreto retoma sua carreira nos carros esportes, aceitando um convite para integrar a equipe da Alfa Romeu no Campeonato de Turismo Alemão, o DTM, e no Campeonato internacional de Turismo. Voltou também a competir nas provas de Endurance, participando do World Sportcar Championchip, com a Ferrari. Acabou não obtendo resultados expressivos.
No ano de 1996, Alboreto faz algumas corridas da IRL com a equipe Scandia / Simon Racing e participa do IMSA World Sportcar Championchip, com uma Ferrari 333 SP. Participou também da tradicional 24 Horas de Le Mans daquele ano com um TWR Porsche WSC-95, da equipe Joest Racing. Seus companheiros foram o ex-piloto de F1 Pierluigi Martini e o belga Didier Theys.  Acaba abandonando a prova, devido a uma falha de motor após completar 300 voltas.
No ano seguinte, Alboreto continua na IRL e também participa das 24 Horas de Le Mans. E foi na tradicional prova francesa que Alboreto voltou a triunfar no automobilismo. Utilizando o mesmo modelo do ano anterior, Alboreto dividiu o TWR-Porsche da equipe Joest Racing, com o sueco Stefan Johansson (seu ex-companheiro de equipe na Ferrari), e o dinamarquês Tom Kristensen. O trio completou 361 voltas, uma a mais que o segundo colocado, a equipe BMW Golfo Davidoff, que utilizavam os fantásticos McLaren F1 GTR.
A vitória em Le Mans abre novos caminhos para Alboreto. A partir de 1998, ele disputa a “ALMS” (American Le Mans Series) pela TWR-Porsche. Em 1999, Alboreto se torna peça importante no desenvolvimento da Audi. Ficou em terceiro lugar nas 24 Horas de Le Mans no ano 2000 e o último triunfo do piloto acontece nas 12 Horas de Sebring de 2001, com o italiano Rinaldo Capello e o francês Laurent Aïello, com o Audi R8.
A Morte
No dia 25 de abril de 2001, um mês após a vitória em Sebring, Alboreto sofre o acidente que tirou a sua vida. O piloto participava de testes com o Audi R8 na pista de Lausitzring, na Alemanha. A batida aconteceu no momento em que o protótipo cruzava a reta do circuito, a 300 km/h. O carro levantou vôo e capotou por várias vezes até bater no guard-rail. Segundo a investigação, o acidente aconteceu por um rasgo no pneu, provocado por um objeto cortante.

Texto original "blog Fórmula Total".
Grazie Michele Alboreto, mi ricorderò sempre!
Michele Alboreto (23/12/1956 – 25/04/2001)


Hasta Luego!

Rômulo Rodríguez - São Paulo/SP - Querendo esfriar.


Fica aí minha homenagem a um grande.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

F1 2011 - GP da China

Lewis Hamilton vence e convence de que está na briga 


Não sei vocês, mas eu fui dormir feliz após a corrida. Feliz não porque meu piloto ou equipe favorito ganhou, mas feliz por ter visto uma corridaça.
É como quando você assiste uma partida de futebol que seu time do coração não está jogando, o jogo foi tão bom para se assistir que você sai satisfeito, foi assim comigo no GP da China.
O nome da corrida, de 18º para 3º
Emoção do início ao fim, perdi o sono que tentava me derrubar logo após a largada, com Vettel perdendo a ponta e Massa passando Alonso. No final, se a corrida continuasse, eu estaria ali, sem sono, pronto pra mais duas horas de prova.
Só uma coisa não me agrada, por culpa da degradação dos pneus, quem chega, passa, porém quem é ultrapassado não consegue tentar um revide, apenas é ultrapassado e pronto.
Ganhou um cara que eu não torço, mas fiquei feliz de vê-lo conquistar tal feito, pela 15ª vez na carreira o primeiro piloto negro da F1 venceu, e venceu bonito, ultrapassou o favorito ao título a cinco voltas do final com uma parada a mais nos boxes.
Sebastian Vettel chegou “se arrastando” com seus pneus gastos em segundo, estratégia muito boa, porém arriscada.
Mark Webber em terceiro, quem diria, com certeza uma de suas melhores corridas da carreira, o australiano fez fila e ganha confiança para as próximas etapas.
Jenson Button após bela batalha com Hamilton chega em quarto, seguido por Rosberg, achei realmente que o filho de Keke Rosberg fosse ganhar sua primeira corrida ontem.
Finalmente, Felipe Massa, ótima largada mais uma vez, ultrapassou o companheiro, liderou a prova, brigou sofreu no final com os pneus, bela corrida e assim como Webber, ganha confiança, pena q o carro é fraco.
Massa andou bem e agradou a exigente imprensa italiana
Fernando Alonso “não esteve” na China, péssima corrida, sua melhor volta foi mais lenta que a melhor volta de Jarno Trulli com a Lotus, que aliás, também fez uma melhor volta que as duas Renault, começa a “crescer” a pequena Lotus?
Michael Schumacher segue levando “pau” do Rosberg. Kobayashi “o mito” pescando pontinhos.
A Williams, andando pra trás, Rubens faz o que pode pra levar o carro até o meio do pelotão e o Maldonado andando com as pequenas. Está certo que o “Tio” Frank é o homem mais lento do esporte mais rápido, mais seus carros não precisam ter a mesma fama.
Boa corrida para a Lotus
No campeonato, Lewis evitou que Vettel escapasse de vez, uma vez que a diferença ainda é grande, Massa encostou em Alonso e a imprensa italiana começa a atirar na Ferrari e a poupar um bom Felipe Massa.
Torço pra que a Williams encontre o caminho do desenvolvimento, assim como torço pela difícil hipótese da McLaren e da Ferrari se igualarem a Red Bull, e por que não também Renault e Mercedes.
Mais Três semaninha e teremos a Turquia, tempo suficiente para as equipes trabalharem em seus carros, espero ver algumas mudanças e até agora devemos bater palmas para as “artificiais” ultrapassagens, ao menos emoção ela nos estão trazendo, só quero ver em Mônaco.

!Hasta Luego!

Rômulo Rodríguez Albarez em meio ao “Agreste” que São Paulo está se tronando, que calor!

Sampa/SP

quarta-feira, 13 de abril de 2011

F1 2011 - GP da Malásia

Pintou o campeão?

Mais um fim de semana com corrida, o segundo do ano.
O que se constata após o GP da Malásia, mais do que nunca é o favoritismo de Sebastian Vettel. O piloto alemão foi perfeito durante os treinos e principalmente durante a corrida, mereceu sem dúvida a vitória, mostra amadurecimento e se continuar assim, logo merecerá também o título de 2011.
Enquanto Vettel anda na frente, Mark Webber come poeira, não só a poeira de Vettel, mais também de McLaren e Renault. O australiano nem de longe lembra o Webber de 2010.
A McLaren segue andando bem, pouco atrás da Red Bull.
Jenson Button cavou um excelente segundo lugar e Nick Heidfeld entra para a história da F1, é agora o piloto sem nenhuma vitória com mais pódios, são 13 no total, o alemão deixou para trás o sueco Stefan Johansson com 12 pódios e nenhuma vitória, não que seja um excelente recorde, mas.
Lewis Hamilton e Fernando Alonso viveram um dia de Senna e Prost, como havia dito Lewis semanas atrás, comparando a sua rivalidade com o espanhol com a maior rivalidade da história da F1, Ayrton Senna e Alain Prost.
Em disputa de posições na corrida, Fernando Alonso errou feio e tocou com sua asa-dianteira em Hamilton. Em razão do toque e da forma com que os dois se “atacaram” na pista, ambos tiveram um acréscimo de 20 segundos somado ao tempo total. Acho sinceramente que Fernando mereceu (como Prost merecia em 1989), pois o “toque” poderia ter furado a roda traseira de Lewis, que estava em seu traçado correto, mas Hamilton, foi injustiçado assim como Senna foi certa vez. (rsrs)
Esq. Senna vs. Prost - Dir. Hamilton vs. Alonso
Felipe Massa não andou mal, fez bela largada, deixou Alonso para trás e certamente terminaria a corrida em uma melhor posição, se não fosse o erro da Ferrari no pit stop do brasileiro, mais uma vez. No fim das contas terminou em quinto, uma posição a frente do companheiro.
A Williams começou o ano com muitas esperanças, resultado, abandono dos dois carros nas duas provas disputadas, acorda Tio Frank. Rubens Barrichello faz o que pode, enquanto o Pastor “Mal domado” anda beijando muros por aí, seria ele uma versão menos vitoriosa do colombiano Juan Pablo Montoya?
Kamui Kobayashi - Olhos de Tigre
A equipe Hispania “pede pra sair” finalmente correu em um GP de 2011, já achei um grande feito eles ficarem dentro dos 107%, agora é esperar pra ver onde isso vai dar, pelo menos andaram a frente da Virgin.
Falando em pequenas a Lotus até que está um passo a frente das suas “amigas” Hispania e Virgin, porém, a muito a fazer, estou vendo a hora do Trulli surtar.
Das demais a pouco a falar, a Mercedes saiu do zero com o nono lugar de Schumacher, Force Indian continua a pontuar no ritmo “de grão em grão”, a Sauber pontuou “legalmente” dessa vez com Kamui “mito” Kobayashi, que por sua vez deu umas aulas pra um certo Michael Schumacher.
Agora é aguardar pela China, que a Williams melhore, que McLaren e Ferrari encontrem um pé de igualdade com a Red Bull pelo bem do campeonato e sinceramente que as pequenas virem médias pelo menos. Que saudade dos verdadeiros Senna e Prost.
!Hasta Luego!


Rômulo Rodríguez... Sampa/SP