sábado, 11 de janeiro de 2014

Minhas lembranças de um campeão chamado Michael Schumacher

Bandeira Vermelha em Imola/94
Michael Schumacher é o tipo de piloto que cria nos fãs da Fórmula 1 o extremo, porém pode também criar os dois ao mesmo tempo, criando admiração.
O heptacampeão pode causar o maior dos amores, o fãs mais enlouquecidos, pode também causar o ódio nas pessoas, haja visto um texto escrito aqui no blog em novembro/13 sobre os mais odiados da história da Fórmula 1 segundo o site "Bleacher Report", e Michael venceu mais essa.
Mas o alemão pode ainda causar a admiração, desde o início do blog escrevo e digo que nunca gostei de Michael Schumacher, mas o admiro pelo excepcional piloto que é, por todos os capítulos de sua carreira, sejam bons ou maus, legais ou ilegais, e disso que é feito o piloto citado e tantos outros que estão no hall dos maiores de todos os tempos.

Acompanho a Fórmula 1 desde sempre, ou desde muito criança com meu pai, a ponto de não lembrar quando comecei a ver.
Tenho vaga lembrança do bicampeonato de Ayrton Senna e boa lembrança do tri, de 1992 só me lembro do GP de Mônaco, épico, perfeito, magnífico, estupendo GP de Mônaco, Ayrton Senna com um carro inferior e Nigel Mansell como um verdadeiro leão atacando o brasileiro sem sucesso até o fim da corrida.
A batalha de Ayrton Senna e Nigel Mansell em Mônaco/92
De 1993 lembro muito de Alain Prost, apenas, só isso e nada mais.
Minhas primeiras lembranças de Michael Schumacher são exatamente de 1994, antes de Imola, eu tinha oito anos e me perguntava, "como esse cara novo chega e fica sempre na frente do Senna?", eu era apenas uma criança que tinha a certeza absoluta que Ayrton Senna sempre venceria, mas a realidade era outra, e a história me ensinou.
Mas a primeira lembrança mais forte que tenho do Michael é logo após o acidente de Senna, quando com bandeira vermelha, o alemão pára o carro no grid de largada e fica parado em pé, ao lado de seu Benetton, eu só queria ver como estava Ayrton, se ele já tinha se levantado de sua Williams destruída, e a TV italiana mostrava ali com a câmera travada, Michael Schumacher em pé parado.
Em 1994, no pódio em Imola/94
Do pódio eu me lembro muito pouco, mas lembro que foi eterno, um teatro, ninguém queria estar ali, até mesmo Schumacher, que não deveria ter sorrido ou levantado troféu algum, monstro sem coração pensava eu.
Outra lembrança de Schumacher foi quando ele jogou o carro em cima da Williams de Damon Hill, ficou em duas rodas e ali, conquistou seu primeiro título.


Jogadas ilegais de Schumacher em 1994 contra Hill e 1997 contra Villeneuve
Mais um lembrança, o alemão mais uma vez joga o carro em cima de um adversário que com ele disputava o título, dessa vez levou a pior, foi desclassificado do campeonato que ficou com Jacques Villeneuve.
Pulando agora para 1999, após quebrar a perna na Inglaterra, Michael volta e pela primeira vez o vi de outro jeito, com humildade tentando ajudar o meu "TOP 1" dos mais odiados, Eddie Irvine, mas a ajuda foi em vão, Mika Hakkinen sagrava-se bicampeão da Fórmula 1.
Rubens Barrichello entra na Ferrari e eu realmente acreditava que ele venceria Schumacher, em condições iguais daria uma ótima briga, mas vencer Michael, meio impossível para Rubens Barrichello.
Áustria 2002 - Vergonha
Uma das maiores lembranças, essa vi nas reportagens do Fantástico, no domingo após o GP da Itália de 2000. O cara que não deveria ter sorrido em Imola/94, agora chorava também na Itália, Monza/2000, ao ser questionado sobre como se sentia ao igualar a marca de 41 vitórias de Ayrton Senna, Michael não conseguiu responder, e emocionado foi as lágrimas.
A pior das lembranças, Áustria 2002 e Rubens Barrichello freia sua Ferrari a metros da linha de chegada para Michael passar e vencer, o olhar do meu "TOP 2" dos mais odiados, Ralf Schumacher para o irmão Michael resume tudo, o alemão não precisava desse capítulo em sua história, o pódio foi mais ridículo que Imola/94, que dó de Juan Pablo Montoya, que estava ali, sem culpa nenhuma ouvindo as vaias que vinham das arquibancadas.
Voltando a San Marino, agora em 2003, tive um exemplo de profissionalismo.
A mãe de Michael e Ralf morreu, todos achavam que ambos não correriam, e correram.
Em Imola 2003, a tristeza pela perda da mãe, exemplo de dedicação e profissionalismo
Muitas críticas surgiram de todos os lados, mas entendi os pilotos, imagino que se fecharam em uma sala, choraram, conversaram e decidiram cumprir com suas obrigações, assim como sua mãe que acabará de morrer deve ter ensinado a eles. Não só correram como também chegaram bem ao final da corrida, Michael em primeiro e Ralf chegando em quarto.
A expressão de tristeza e o profissionalismo demonstrado nesse triste episódio, pelo menos pra mim, marcava mais um capítulo na história de Michael Schumacher.
Agora em 2006, principado de Mônaco, Schumacher não precisava disso, mas o fez.

Fernando Alonso observa Schumacher após o feito de Mônaco 2006
Após fazer a pole, Michael se via em perigo, pois Fernando Alonso vinha para melhorar o tempo e tomar sua pole, o alemão estupidamente "estaciona" seu carro na Rascasse, impedindo assim o espanhol de fazer a pole. Foi punido.
O último capítulo veio com a volta de Schumacher a Fórmula 1 pela Mercedes, era estranho ver Schumacher vestindo uma cor que não fosse o vermelho, mas no fundo eu acreditava em mais vitórias, títulos e tive medo, de mais uma vez entrarmos em uma nova "era Schumacher", o que não aconteceu, apenas um pódio em 2012 em Valência, e por fim mais uma vez um episódio para liberar o ódio que esse gênio tem o poder de manifestar nos que o admiram ou não, uma manobra histórica ao ser ultrapassado por Rubens Barrichello, colocando em risco a vida dele próprio e a de Rubens.
A ultrapassagem de Rubens Barrichello em Michael Schumacher - Hungria 2010
O alemão ao perceber que seria ultrapassado pelo brasileiro, fechou bruscamente o espaço de passagem, obrigando o rival a ultrapassá-lo no limite do limite da pista, com um tanto de sorte, o fim do muro e Barrichello conseguiu passar ileso, em uma manobra que valia apenas a 10ª posição, essa que foi considerada a melhor ultrapassagem de 2010.
O último pódio, no último capítulo de Schumacher na Fórmula 1
Apesar de não lembrar nada praticamente de Schumacher antes de 1994, tenho certeza de que acompanhei com atenção a todas as suas 308 corridas, se não vi ao vivo, com certeza parava pra ver as reportagens de cada corrida que o alemão participou. Entre os pilotos, só não o vi mais que Rubens Barrichello e suas 326 corridas.
Me considero um sobrevivente da fase mais chata que a Fórmula 1 viu, os anos entre 2000 e 2004, onde tudo era Michael Schumacher.
Continuamos na torcida da total recuperação de um dos maiores pilotos da história da Fórmula 1, o amado, o adiado, o admirável Michael Schumacher.



Vida longa para Michael Schumacher!

Inspirado de um texto no GPTotal, com minhas lembranças de um campeão...

Rômulo Rodriguez Albarez - SP/SP - orando...

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