Johnny Herbert, piloto inglês que correu 161 GP na Fórmula 1 entre 1989 e 2000, obteve 3 vitórias.
Herbert foi o companheiro de Michael Schumacher no final de 1994 e na temporada de 1995, em entrevista exclusiva ao infelizmente extinto site, Tazio, Herbert falou como foram seus dias ao lado de Schumacher e Flavio Briatore na Benetton, falou também do legado deixado por Michael, fatos positivos e negativos, confira:
“Michael conquistou sete títulos mundiais, 91 vitórias,
então sua história será lembrada como um grande sucesso. Às vezes ele não teve
a postura correta nas corridas, como contra Damon Hill e Jacques Villeneuve, ou
aquela vez em que estacionou o carro [treino classificatório para o GP de
Mônaco de 2006]”, detalhou o inglês.
“Ele será lembrado por muitas coisas, entre elas, os fatos
negativos. Mas não podemos diminuir os feitos que ele teve. Ele era fisicamente
muito bem preparado e muito forte mentalmente, inclusive se comparado com os
pilotos de hoje em dia”, lembrou.
“Michael sempre guiou de maneira agressiva. E isso até pode
explicar os sete títulos mundiais que conquistou. Acho que, se ele não tivesse
feito essas coisas negativas, ele talvez teria quatro títulos, o que ainda
assim seria fantástico. Eu o desejo sorte em sua nova vida.”
Uma grande controvérsia na carreira de Schumacher aconteceu
em 1994, quando houve suspeitas de que seu carro contava com dispositivos
ilegais. Herbert, contudo, foi reticente sobre o assunto: “Eu nunca vi nada.”
Para ele, mesmo que a F1 perca um grande nome em sua
história, o futuro da categoria continuará positivo no que diz respeito a
pilotos. “Schumacher teve uma fantástica carreira, mas é normal que ele siga em
frente. Temos hoje em dia Sebastian Vettel, Lewis Hamilton, Fernando Alonso –
que é um pouco mais velho, mas que ainda tem alguns anos pela frente. Temos a
nova geração como sempre aconteceu. Mas essa última corrida, no Brasil, com
possibilidade de chuva no domingo, nunca sabemos o que Michael pode fazer.”
Herbert: Briatore foi principal empecilho na Benetton, não
Schumacher
Quando se mudou à Benetton, Herbert enfrentou dificuldades
semelhantes às quais passaram os antigos companheiros de Schumacher no time. Em
1995, ano em que o alemão conquistou o bicampeonato com duas provas de
antecipação, o inglês ficou em quarto lugar, com duas vitórias (Grã-Bretanha e
Itália).
Porém, apesar do desempenho que deixou a desejar em relação
ao então companheiro, Herbert poupou Schumacher e creditou suas dificuldades ao
chefe de equipe da Benetton, o controverso Flavio Briatore.
“Foi difícil [risos]! Eu já sabia que seria difícil. Esperava
que ele fosse um competidor duro, mas não esperava que Flavio fosse ser aquele
que sempre diria sim para Michael. Este foi o meu maior problema: Flavio, e não
Michael”, enfatizou.
“Eu entendi a maneira com a qual ele fazia as coisas na
equipe, entendi que seria duro e que nunca daria ao seu companheiro de equipe
qualquer informação que o ajudasse. Minha dificuldade foi sempre Flavio.”
Durante aquele ano, Herbert relatou que não dispunha dos
mesmos recursos de seu colega, que ficou com nove vitórias. “Cheguei ao Brasil
[primeira corrida da temporada] e Michael foi segundo, comigo em quarto [no
grid de largada]. Tive um problema na embreagem e não pude ir aos boxes. Na
Argentina, eles me tiraram os dados – eu não podia checar mais os dados de
Schumacher. Michael pediu e Flavio disse sim. Com Michael, nunca tive
problemas, mas Flavio nunca dizia não a ele.”
Sobre retorno: “Se ele tivesse um bom carro, poderia ter
vencido a nova geração”.
Herbert acredita que o retorno de Schumacher à F1, em 2010,
poderia ter sido mais bem-sucedido caso a Mercedes tivesse produzido um carro
capaz de competir com os times da ponta do grid.
Três anos após ter se aposentado da categoria, o
heptacampeão anunciou que retornaria à ativa pelo mesmo time que usava a
estrutura da campeã do ano anterior, a Brawn GP. Os resultados, no entanto, não
cumpriram as expectativas
“O carro não era rápido o suficiente. Se fosse uma Red Bull,
uma McLaren ou uma Ferrari, acho que ele poderia ter lutado por títulos. Não
vejo uma grande diferença do Schumacher que havia se aposentado [ao fim de
2006] àquele que iniciou a segunda carreira [em 2010]”, observou.
“Ainda havia velocidade – a vimos bem em Mônaco. Em um
difícil circuito de rua, Michael foi o homem mais rápido na classificação e
poderia ter feito o mesmo que [Mark] Webber e vencido a corrida. Infelizmente,
não vimos o que aconteceria. O homem é rápido e, se tivesse um bom carro,
poderia ter vencido a nova geração.”
Rômulo Rodriguez Albarez - São Paulo/SP - 34°C e orando...
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