Em meados dos anos 2000, se tinha um piloto que eu gostava
era o Cristiano Da Matta, eu o conhecia pelo título de 2002 da CART, que hoje é
a Fórmula Indy.
Chegou em 2003 na Fórmula 1 pela equipe Toyota e logo de
início fui co a cara do mineirinho, não só por ser brasileiro, mas pelo estilo
e postura que mostrava nas entrevistas.
Após ser demitido da Toyota em 2004, voltou para a CART em
2005, onde conquistou mais uma vitória, em 2006 sofreu o acidente que quase lhe
tirou a vida, tentou voltar a correr quase três anos depois de seu acidente,
mas teve dificuldades e encerrou sua vida de piloto, conforme Da Matta, o
acidente encurtou sua carreira, uma carreira feliz, vitoriosa, porém curta,
como define o próprio, confiram a entrevista abaixo:
"Na minha carreira, vejo que foi um uma mega, ultrafatalidade.
Tem muito veado nos Estados Unidos, mas a pista era cercada da melhor segurança
possível, mas aconteceu. Para minha carreira foi o fim, é uma coisa que não é
fácil nem de falar. Mas para vida tive que aprender a reconstruir, reerguer e
olhar pra frente", falou, em entrevista, ao UOL Esporte.
Em 2002 |
O acidente aconteceu quando, em um teste Cristiano atropelou
um veado, perdeu o controle e se chocou contra o muro de proteção no circuito
de Elkhart Lake, sua pista favorita. Da Matta ficou em coma, fez uma
cirurgia para retirar um pedaço do crânio. Na frase do amigo Tony Kanaan, dá pra ter uma idéia da gravidade: "Quando o vi na cama do hospital, pensei: 'Já era, acabou.' Foi um milagre. Hoje, ele é mais normal do que antes". Cristian voltou ao Brasil para terminar seu
tratamento.
"Tive que fazer
o processo de recuperação no Brasil para falar português e ficar mais fácil. E
quando voltei pra cá, no final de 2006, eu ia à fonoaudiologia porque tinha
bagunçado a minha cabeça. E também ia à nutricionista porque perdi 10 kg. Era
fisioterapia e fono quase todo dia durante uns quatro meses ou mais. Foi
ralação", lembrou.
O piloto lembra seus últimos momentos antes de bater, "As
últimas cenas, flashes, lembro que peguei a esquerda e a asa dianteira direita
do carro pegou nele. Pensei naqueles milésimos 'bicho filha da p...",
falou, em tom bem-humorado.
"Era meio que um título mundial, tinha gente do mundo
todo. Uma categoria forte, com várias montadoras. Lógico que não é um título da
Fórmula 1, mas era o que mais se aproximava disso. É meu maior orgulho. Foi bom
demais. É uma carreira que, hoje olho pra trás, foi muito curta", falou Da
Matta.
Na Fórmula 1 começou bem para as limitações do carro,
terminando o ano a frente de seu companheiro, o experiente francês Olivier
Panis, ambos foram demitidos em 2004 por reclamarem do carro:
"O primeiro ano
foi tudo legal e no segundo ano tive a experiência do exemplo que o pessoal
fala. Da concorrência de pilotos do mundo inteiro pra entrar lá. Em 2004, nosso
carro era bem pior que o de 2003 em relação aos outros. Aí chegou uma hora que
comecei a falar pro pessoal da Toyota que o engenheiro que entrou fez um carro mais
lento que o do ano anterior. Aí mexeram os pauzinhos e mandaram o 'pilotinho'
dos Estados Unidos e o velhinho (Panis) embora. Experimentei esse lado do cara
mexer, manipular e não se respeitado", contou.
Finalizando, falou sobre as lições tiradas da fase mais difícil
de sua vida:
"(O acidente) me deu uma preparação melhor pra vida.
Para saber melhor o que é preciso pra qualquer tipo de situação. De tudo se
extrai um lado positivo, e acho que consegui fazer isso. Eu queria ter
continuado na Indy mais um ano ou dois. Mas no geral acho que foi muito bom.
Hoje estou numa boa e acho que tem um pouco a ver a energia positiva toda que
me deram", continuou.
Rômulo Rodriguez Albarez - SP/São Paulo - Sono!
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