Richard West, Damon Hill e Ayrton Senna |
A revista inglesa “F1 Racing” divulgou semana passada o que
seria a última entrevista dada por Ayrton Senna. Quem o entrevistou foi o então
diretor de marketing da Williams, Richard West, momentos antes da trágica
corrida do dia 1º de maio de 1994, participou também da entrevista o
companheiro de Senna naquele ano, Damon Hill.
A revista inglesa trouxe à tona a entrevista, quase exatos vinte anos depois de a mesma ter sido feita. Ela aconteceu em um evento promocional para cerca de 40 convidados da equipe. Na ocasião, o brasileiro relatou suas impressões sobre o circuito italiano, falou sobre os desafios da curva Tamburello e ressaltou sua preocupação com a segurança, ao citar o GP de Mônaco, que seria realizado dali a duas semanas e que ele, sem saber nunca disputaria.
A revista inglesa trouxe à tona a entrevista, quase exatos vinte anos depois de a mesma ter sido feita. Ela aconteceu em um evento promocional para cerca de 40 convidados da equipe. Na ocasião, o brasileiro relatou suas impressões sobre o circuito italiano, falou sobre os desafios da curva Tamburello e ressaltou sua preocupação com a segurança, ao citar o GP de Mônaco, que seria realizado dali a duas semanas e que ele, sem saber nunca disputaria.
Edição de Abril/2014 - F1 Racing |
Após a morte de Senna, West se esqueceu da entrevista e em
2001, por meio de uma fonte anônima recebeu uma fita VHS em sua casa com a
descrição: “Você deveria ver isto – memórias de um grande homem”.
Mesmo assim só foi ver a fita anos mais tarde, quando achou
a fita enquanto fazia faxina em seu escritório, e se deparou com algo que o
deixou maravilhado e surpreso.
“Quando eu cheguei ao paddock, Ayrton estava vestindo sua camiseta do Senninha, com o macacão em torno de sua cintura e o seu boné azul. Uma das minhas funções no time era informar os convidados sobre o evento do fim de semana, e eu já estava desempenhando esse papel por 10 minutos, para os cerca de 40 presentes, quando Ayrton e Damon adentraram o paddock. É possível ver no vídeo que Ayrton aperta o ombro de Damon, como se quisesse dizer para ele: “Nós vamos ter que passar por isso, mas não deve demorar muito”. É uma entrevista curta, mas incrivelmente perspicaz, e estava perdida até agora... disse West.
“Quando eu cheguei ao paddock, Ayrton estava vestindo sua camiseta do Senninha, com o macacão em torno de sua cintura e o seu boné azul. Uma das minhas funções no time era informar os convidados sobre o evento do fim de semana, e eu já estava desempenhando esse papel por 10 minutos, para os cerca de 40 presentes, quando Ayrton e Damon adentraram o paddock. É possível ver no vídeo que Ayrton aperta o ombro de Damon, como se quisesse dizer para ele: “Nós vamos ter que passar por isso, mas não deve demorar muito”. É uma entrevista curta, mas incrivelmente perspicaz, e estava perdida até agora... disse West.
Faltando pouco mais de duas horas para a corrida, Ayrton
Senna e Damon Hill são convocados por Richard West para gravar uma entrevista.
Na curta, porém histórica entrevista Ayrton Senna fala sobre seus medos perante a visível falta de segurança, os desafios daquela temporada e seu desejo de vitória, confira:
"Ímola é um circuito muito rápido e que exige bastante dos pilotos, porque nós alcançamos velocidades muito altas aqui, e precisamos de muita concentração para manter, na maior parte do tempo, o controle sobre o carro. No entanto, nós podemos chegar aos 325 ou 330 quilômetros por hora aqui. Temos um grande número de pontos de frenagem e é um circuito onde você alcança altas velocidades na maioria desses lugares, então você precisa parar muito o carro, o que requer uma grande força de travagem" - explicou Senna a West.
Na curta, porém histórica entrevista Ayrton Senna fala sobre seus medos perante a visível falta de segurança, os desafios daquela temporada e seu desejo de vitória, confira:
"Ímola é um circuito muito rápido e que exige bastante dos pilotos, porque nós alcançamos velocidades muito altas aqui, e precisamos de muita concentração para manter, na maior parte do tempo, o controle sobre o carro. No entanto, nós podemos chegar aos 325 ou 330 quilômetros por hora aqui. Temos um grande número de pontos de frenagem e é um circuito onde você alcança altas velocidades na maioria desses lugares, então você precisa parar muito o carro, o que requer uma grande força de travagem" - explicou Senna a West.
Ayrton Senna |
Contendo um mapa do circuito de Ímola nas mãos, Ayrton falou
sobre os desafios da pista:
“Este é também um circuito onde a força G no seu corpo e pescoço é muito intensa, e nós fazemos essa curva Tamburello a 290 km/h. É uma longa curva, e seu pescoço vai, vai, vai. A mesma coisa acontece aqui [Piratella], a mesma coisa, mas com um pouco menos de força G. Sendo um circuito muito rápido, a velocidade média é elevada e, por conseguinte, a distância de corrida, em termos de tempo, é bem menor do que a maioria dos autódromos. Assim, a corrida total não dura tanto quanto a maior parte das outras etapas."
"Ímola é um circuito que eu gosto de pilotar - e eu obtive êxito aqui no passado. Eu venci algumas corridas aqui e a torcida é muito especial na Itália, por causa da atmosfera com a Ferrari, e isso é especial para toda a Fórmula 1. Eu espero que a corrida de hoje seja empolgante para o público e boa para a nossa equipe, para mim, Damon e para o time Williams, porque até agora as coisas têm escapado de nossas mãos. Então, eu realmente acredito que o time precisa de um bom resultado para basicamente continuar no campeonato deste ano, tanto para mim quanto para Damon" - analisou o brasileiro.
Senna também analisou sua última corrida no Brasil, ao qual abandonou e também
sobre uma corrida que jamais participaria, Mônaco 1994, ressaltou sobre suas
preocupação quanto a segurança no aperto do consulado:
“Nós não tivemos muitas chances de colocar isto em prática. Então, antes do pit stop lá estava o pânico usual de “estou chegando, estou chegando, estou chegando”, e eles simplesmente dizendo “ok”. Não tivemos nenhum problema em particular. Eles dizem que posso entrar, e é isso. Mas nós planejamos tudo de antemão, e assim sabemos quando é o tempo de entrar, com a equipe já pronta, nos esperando lá nos boxes. Tem sido bom até agora, mas o circuito em que será mais difícil, por razões de segurança, é Monte Carlo. O pitlane é muito apertado e com muitas pessoas nele. Vai ser muito, muito perigoso. Já falamos disso hoje e estamos pensando em pedir aos responsáveis da FIA para introduzirem um limite de velocidade no pitlane" - afirmou o brasileiro.
No fim da entrevista, Ayrton Senna brinca com Richard West:
"Quantos anos você tem?" - provocou Senna.
"Trinta e sete." - respondeu West.
"Você parece muito velho!" - brincou o brasileiro.
"É porque eu tenho que rodar o mundo para encontrar dinheiro para pagar seu salário." - brincou o diretor de marketing.
“Este é também um circuito onde a força G no seu corpo e pescoço é muito intensa, e nós fazemos essa curva Tamburello a 290 km/h. É uma longa curva, e seu pescoço vai, vai, vai. A mesma coisa acontece aqui [Piratella], a mesma coisa, mas com um pouco menos de força G. Sendo um circuito muito rápido, a velocidade média é elevada e, por conseguinte, a distância de corrida, em termos de tempo, é bem menor do que a maioria dos autódromos. Assim, a corrida total não dura tanto quanto a maior parte das outras etapas."
"Ímola é um circuito que eu gosto de pilotar - e eu obtive êxito aqui no passado. Eu venci algumas corridas aqui e a torcida é muito especial na Itália, por causa da atmosfera com a Ferrari, e isso é especial para toda a Fórmula 1. Eu espero que a corrida de hoje seja empolgante para o público e boa para a nossa equipe, para mim, Damon e para o time Williams, porque até agora as coisas têm escapado de nossas mãos. Então, eu realmente acredito que o time precisa de um bom resultado para basicamente continuar no campeonato deste ano, tanto para mim quanto para Damon" - analisou o brasileiro.
A. Senna seguido por M. Schumacher, segundos antes do acidente. |
“Nós não tivemos muitas chances de colocar isto em prática. Então, antes do pit stop lá estava o pânico usual de “estou chegando, estou chegando, estou chegando”, e eles simplesmente dizendo “ok”. Não tivemos nenhum problema em particular. Eles dizem que posso entrar, e é isso. Mas nós planejamos tudo de antemão, e assim sabemos quando é o tempo de entrar, com a equipe já pronta, nos esperando lá nos boxes. Tem sido bom até agora, mas o circuito em que será mais difícil, por razões de segurança, é Monte Carlo. O pitlane é muito apertado e com muitas pessoas nele. Vai ser muito, muito perigoso. Já falamos disso hoje e estamos pensando em pedir aos responsáveis da FIA para introduzirem um limite de velocidade no pitlane" - afirmou o brasileiro.
No fim da entrevista, Ayrton Senna brinca com Richard West:
"Quantos anos você tem?" - provocou Senna.
"Trinta e sete." - respondeu West.
"Você parece muito velho!" - brincou o brasileiro.
"É porque eu tenho que rodar o mundo para encontrar dinheiro para pagar seu salário." - brincou o diretor de marketing.
#Sennasempre
Rômulo Rodriguez Albarez - São Paulo/SP - #sennasempre #prayforSchumacher #RIPJoséWilker
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