De bem com a vida, livre, feliz. Esse é Felipe Massa em
2014, o piloto da Williams concedeu uma entrevista a RG e ao blog Voando Baixo no
Bahrein.
Massa fala sobre a nova casa, o clima na Williams, crise da Red Bull, primeiras opções etc, confira abaixo:
Massa fala sobre a nova casa, o clima na Williams, crise da Red Bull, primeiras opções etc, confira abaixo:
- Estou muito bem, sem dúvidas. Mudanças são importantes.
Estou me sentindo bem, fui bem recebido na equipe. Sinto a importância que
tenho para uma equipe como essa, como eles me enxergam. Acho que isso te dá
ainda mais prazer, mais motivação. Estou muito bem, feliz, livre, me sentindo
muito aliviado, sabe? Parece que tirei um peso de dentro de mim... pesado
(risos). Acho que isso acaba te deixando mais livre, melhor para trabalhar,
mais motivado. E isso pode fazer efeito, sem dúvida - disse Massa.
VOANDO BAIXO - Depois de seis dias intensos de testes, o que
te deixa mais feliz após a pré-temporada?
FELIPE MASSA - Acho que o que me deixa mais feliz é que a
gente conseguiu andar. A Williams talvez seja a equipe que mais andou. A gente
conseguiu fazer muitas voltas importantes, entender melhor o carro, o acerto do
carro. Conseguimos fazer até bons tempos. É sempre bom ver seu nome ali em
cima, mas ainda é cedo para dizer qualquer coisa. Fizemos um trabalho decente
durante todos esses dias. Consegui me adaptar bem na equipe, passar para eles
tudo o que eu enxergava e que não era o jeito certo de trabalhar, não era o
jeito certo de fazer, que era melhor fazer de outra maneira. E a partir do
momento que eu dizia, eles mudacam na mesma hora. Consegui criar uma relação
muito boa dentro da Williams, eles me receberam muito bem. Foi um ótimo começo,
um ótimo primeiro impacto. Fizemos um ótimo trabalho juntos nos treinos e
acredito que podemos estar mais bem preparados que muitas equipes para a
primeira corrida.
Qual a relevância de
você ter feito duas voltas mais rápidas em seus seis dias em que você esteve na
pista?
Não é tão importante
assim. Lógico que é importante ter um carro rápido, acabar na frente em um dia
em que outras equipes também andaram com pouca gasolina, com pneu mole,
supermole. Acho que isso tem um efeito bom, sem dúvidas. Eu não imaginava ter
feito aquele tempo, foi em um dia em que a pista estava muito ruim, ventando
muito forte. Fizemos um tempo muito bom junto com a Mercedes, que tinha andado
na semana anterior em um dia em que a pista estava melhor. Aquele tempo parecia
impressionante. E nesta semana eles tentaram e a gente conseguiu ser melhor.
Isso mostra que o carro é competitivo, que está em um ótimo nível. É difícil
dizer se temos o carro mais rápido, mas talvez seja o mais confiável. Foi o que
vimos até agora. E isso pode ter um efeito ainda maior nas primeiras corridas.
Os carros desta nova Fórmula 1 são mais difíceis de guiar
que os do ano passado?
É mais difícil sim,
porque tem menos aderência. O motor é turbo com o ERS, tem um torque muito
maior do que os V8. Então você sente o motor antes do que no ano passado. O
novo carro tem menos carga aerodinâmica. Com uma potência que chega antes e
menos aderência, a possibilidade de destracionar, de girar as rodas em falso, é
muito maior. Por isso, você tem um pouco mais de dificuldade para controlar o
carro. Mas é divertido de qualquer jeito.
Desde o ano passado, existe uma preocupação com a forma de
guiar por causa dos pneus. Este ano, as preocupações aumentam: além de poupar
os pneus, tem de poupar gasolina e cuidar da parte elétrica do motor. É muita
coisa para se preocupar durante uma corrida?
Acho que o pensamento maior é em cima do pneu e da gasolina.
Tem pista onde você terá de economizar combustível, como por exemplo o Bahrein,
a Austrália... E o pneu continua sendo importante, como já era. Acho que do
lado do ERS, eletrônico, de bateria em geral, não muda muito o jeito de guiar.
O carro tem de estar bem feito, fazer o trabalho direito. Se tudo estiver
certo, o piloto não tem que se preocupar com isso, tem que se concentrar com a
pilotagem e em fazer um acerto decente para ser mais rápido e constante.
Você poderia imaginar
que a RBR estaria vivendo uma situação como a do início deste ano?
Quando tem uma mudança grande de regulamento, coisas como
essa podem acontecer. A gente vê o que está acontecendo não só com a RBR, mas
com todas as equipes que usam o motor Renault. Elas estão sofrendo, apanhando
em um momento onde tem poucos dias de testes. Isso pode, sem dúvidas, fazer um
efeito nas primeiras corridas. Mas acredito que vão chegar lá, lógico. E a
gente nunca pode tirar a RBR das equipes principais, né? Carro de corrida eles
sabem fazer, de downforce e pressão aerodinâmica eles entendem. Sabem fazer um
carro rápido, competitivo, mas precisam de um motor que ajude.
Você acha que o Sebastian Vettel será posto à prova neste
ano da forma como as pessoas queriam desde o primeiro título dele na Fórmula 1?
A gente não pode nunca esquecer o trabalho perfeito que ele
faz nos últimos anos, o piloto que é. Ele não deve nada a ninguém. Tem muitas
pessoas que gostam de criticar e falar que ele tinha o melhor carro. Ele tinha
o melhor carro, sem dúvidas, mas o que fazia com o melhor carro mostrava que
era o melhor piloto. Lógico que um momento de dificuldades também é importante,
para você ver um piloto sair dessa condição, trabalhando com mais pressão.
Quando tudo é fácil, as coisas acontecem de forma mais fácil. Quando você sofre
mais, tudo acaba ficando mais difícil. Mas o Vettel não deve nada para ninguém.
Pelo menos até a
Fórmula 1 chegar na Europa, na quinta etapa, você acha que a disputa pode ficar
um pouco mais restrita às equipes com motores Mercedes?
Pode. Acredito que sim, como a gente está vendo nos testes.
Os testes têm uma certa importância para entender quem está melhor preparado no
momento. E no momento, as equipes que usam Mercedes estão conseguindo andar
mais e estão mais bem preparadas também.
Nestes testes, as
equipes com motores Mercedes se alternaram na liderança dos tempos. Entre estas
equipes, você vê alguma com vantagem ou o patamar é muito parecido?
Talvez a Mercedes seja a equipe principal. Ela talvez tenha
um pouco a mais que as outras, até porque cria sua própria estrutura desde o
começo do ano passado. Nas outras, chega tudo novo, e a gente tem de adaptar o
resto do carro para fazer funcionar com o motor, com a parte elétrica, com as
baterias. Isso é um mais difícil para as outras equipes, mas acredito que
estamos fazendo um bom trabalho também.
Como é estar fora da Ferrari pela primeira vez depois de
tanto tempo?
Toda hora em que eu passo lá na frente eu vejo quem é que
está lá para dar um tchau, um jóia. Umas três vezes, os mecânicos estavam
preparados, eu fingi que ia parar e passei direto (risos). Lógico, sempre
continuará fazendo parte do meu coração. Tudo que eu passei dentro da equipe,
todas as pessoas, o quanto as pessoas gostam de mim lá dentro. Tenho um carinho
enorme por todos eles. No primeiro treino que fiz, a hora em que eu passava na
Ferrari, pensava: "É aqui que tenho de parar". Mas não é mais
vermelho, né? Não dá pra confundir, nosso box é lá no final, já sei que o box é
sempre no final (risos). Mas quando você tem um box grudado no outro, a chance
de parar na equipe errada é gigante.
É impressão nossa ou
você parece mais solto, feliz, do que nos últimos anos?
Estou muito bem, sem
dúvidas. Mudanças são importantes para a gente, independentemente se me dou bem
com a Ferrari, gosto muito da Ferrari. Entrei com a cabeça erguida e saí com a
cabeça erguida. Isso é o mais importante. Estou muito bem agora, estou me
sentindo bem, fui bem recebido dentro da equipe. Sinto a importância que eu
tenho para uma equipe como essa também, como eles me enxergam. Acho que isso te
dá ainda mais prazer, mais motivação. Tô muito bem, tô feliz, tô livre, me
sentindo muito... aliviado, sabe? Parece que tirei um peso de dentro de mim...
pesado (risos). Acho que isso acaba te deixando mais... livre, melhor para
trabalhar, mais motivado. E isso pode fazer efeito, sem dúvida.
De zero a cem, qual a
chance de você ganhar uma corrida neste ano?
Agora, neste momento,
se você pegar algumas equipes, por exemplo, a Mercedes, a Williams, a Force
India, a McLaren, talvez até a Ferrari... Essas equipes podem ter
possibilidades iguais de vencer. Continuo acreditando que a equipe mais forte
neste momento é a Mercedes, mas acho que existe uma chance sim. É tudo novo
para todo mundo. Em um momento como esse é muito difícil ter certeza. Isso pode
te colocar em condições de vencer, não só para a Williams, mas para essas
equipes que eu já falei.
da esq. p/ dir.: Susie Wolf (4ª piloto), Felipe Nars (3º p), os titulares Valtteri Bottas e Felipe Massa |
Em 2014, a Fórmula 1 vai ficar mais lenta com esses motores?
Ou ficará até mais rápida?
Acho que vai ser mais lenta, em geral. Os carros têm menos
carga aerodinâmica. Acredito que vai ser mais lento que no ano passado, mas a
evolução vai ser grande. Eu virei um tempo não longe do que foi a pole position
em 2013 no Bahrein. Mas nessa condição de temperatura a pista é mais rápida do
que quando você pega 40 graus. Mas neste ano a corrida aqui será à noite, então
deveremos virar ainda mais rápido do que de dia. Então, pode ser que, em um
caso desses, em uma pista dessas, correndo à noite, a
gente possa andar mais
rápido que no ano passado.
A Williams foi a ótima surpresa do início do ano, a reestruturação
da equipe era algo imaginável a médio prazo, mas a mudança de status da equipe
de Sir Frank Williams foi algo muito bem-vindo para todos, torcedores,
ex-pilotos e atuais também, por exemplo Jenson Button, campeão de 2009 e atual
piloto da McLaren, o inglês se disse muito feliz por Frank.
Williams essa que já é apontada também como o carro mais bonito do grid, o
retorno da Martini como patrocinador principal de uma equipe de Fórmula 1
trouxe um ar nostálgico que agradou a todos, a inglesa Williams que esse ano é
uma equipe praticamente brasileira, de seus quatro pilotos dois são brasileiros
(Felipe Massa e Felipe Nars), tirando a Martini, seus patrocinadores principais
também são brasileiros (Petrobras e Banco do Brasil). São motivos de sobra pra
torcermos pela Williams, e principalmente para Felipe Massa.
Rômulo Rodriguez Albarez - São Paulo/SP - #prayforMichael
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