quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Vida e obra de Mark Webber na Fórmula 1

No início não gostava muito de Mark Webber, mas com o tempo, vendo suas opiniões e atitudes dentro e fora das pistas, como por exemplo o famoso "não foi nada mal para um segundo piloto", e quando não escondia suas revoltas na sala de entrevista, comecei a admirar o piloto que não tem medo de criticar a FIA e os dinossauros que comandam a Fórmula 1, diria que Webber, entre os robôs, é o que de vez em quando mostra o lado humano, o lado que tem opinião e fala o que pensa, como no texto aqui.

No fim deste ano, Mark Webber irá se aposentar, dono de uma carreira bem sucedida na Fórmula 1, o australiano dono de 9 vitórias encerra seu ciclo com sabor de dever cumprido.

“Estou orgulhoso. Nunca imaginei correr mais de 200 GPs com algumas vitórias bastante especiais, tão disputadas. Tenho nove triunfos e 38 pódios. E nunca perdi uma só corrida ou uma sessão de treinos. Nunca perdi uma só hora no carro. Já corri com intoxicação alimentar, e terminei a prova, em Fuji, no ano de 2007. Também já pilotei com costelas fraturadas”, disse Webber.
Na Minardi em 2002
Dos 11 anos que esteve na Fórmula 1, Mark passou por Minardi, Jaguar, Williams e Red Bull, desde 2009 divide a equipe rubro-taurina com o alemão Sebastian Vettel, digamos que de lá pra cá, Webber foi altamente superado pelo alemão, que venceu os campeonatos de 2010, 2011, 2012 e está pra conquistar o de 2013 também, enquanto Webber foi 3º em 2010 e 2011, 6º em 2012 e em 2013 é o 5º da tabela, enquanto seu companheiro caminha a passos largos para o quarto título cada vez mais certo.
Na Jaguar, em 2003 e 2004
A relação de Webber com Vettel hoje beira o caos, os dois não se falam e sua relação é extremamente profissional, segundo o veterano, a relação começou a ruir no GP da Inglaterra de 2010, quando a Red Bull colocou as asas novas de Webber no carro de Vettel e deixou o australiano com as asas antigas. Mesmo assim Mark Webber foi, de forma brilhante venceu a corrida, e no final soltou uma frase para a equipe que se tornaria famosa, a já citada acima, "não foi nada mal para um segundo piloto".
“Você se esforça tanto e acaba sendo colocado para trás. É muito difícil de engolir isso. Na Malásia, durante as últimas 15 voltas, pensei muito em como a situação chegou àquele ponto. Não fiquei surpreso pelo que Seb fez, mas como chegamos a isso”, observou em entrevista ao jornal inglês “The Guardian”.
Na Williams em 2005 e 2006
Na entrevista, Webber citou também sua relação por trás das corridas com Seb:
“Suponho que algumas das discussões privadas que tive com Sebastian desde este episódio foram um pouco decepcionantes. Esqueça as coisas na pista. Tivemos algumas conversas e não ficamos felizes em como elas se desenrolaram ou como nos sentimos um em relação ao outro. Testou a relação ao máximo”, completou.
Cogitou-se , com o anúncio de aposentadoria feito pelo próprio Webber, que a situação melhoraria, mas o australiano disse o contrário:
Na Red Bull de 2007 a 2013 vieram as 9 vitórias na Fórmula 1
“A situação não melhorou, na verdade. Estamos apenas enfrentando a situação de maneira profissional, pois temos muita gente dando o máximo deles por nós, como os caras que trabalham no carro”, afirmou.
O primeiro desentendimento entre os dois, aconteceu em 2007, Vettel ainda corria de Toro Rosso, em uma manobra, o então novato jogou Webber em seu primeiro ano de Red Bull pra fora da corrida, deixando-o enfurecido, o australiano estava passando mal durante a corrida e havia vomitado dentro do capacete, na época ele definiu Seb da seguinte maneira: “É uma criança. Elas sempre estragam tudo”.
O último grande e turbulento caminho entre Mark Webber e Sebastian Vettel vocês podem ver aqui neste mesmo blog nos links a seguir: aqui, aqui e aqui.
Mark Webber também fala da Austrália na Fórmula 1, que tem Jack Brabham, campeão em 1959, 1960 e 1966 e Alan Jones, campeão de 1981 e também do que espera para o seu país daqui pra frente na Fórmula 1:

“Os números falam por si só. Apenas três pilotos australianos venceram uma corrida em 60 anos [Jack Brabham e Alan Jones]. Então não é particularmente uma categoria fácil para nós. Espero deixar um legado para outros compatriotas”, comentou o piloto.
Da esq. p/ dir. Sir Jack Brabham, Mark Webber e Alan Jones
Sua primeira vitória veio após 131 corridas e oito temporadas, o australiano fala com orgulho, destacando o fato de ter sido na terra de Vettel:
“Aquela primeira vitória (na Alemanha) foi provavelmente a mais doce, por conta da maneira que consegui, saindo da pole e depois de receber um drive-through. Me distanciar tanto de Seb e triunfar por uma grande vantagem, em seu território, foi a melhor maneira de vencer”, analisou.
Para finalizar, Webber analisa sua ida para uma nova categoria, onde poderá sentir novamente vontade de pilotar: “Ainda sinto vontade de terminar bem o ano, mas estou ansioso para o próximo estágio de minha carreira”.
Com Sebastian Vettel
“Você não consegue continuar se não sente aquela chama. E nos últimos anos sinto que ela vem diminuindo cada vez mais. Mas a mudança para a Porsche irá acendê-la novamente. Ir para um novo ambiente de trabalho, com outra equipe será muito bom”, encerrou o piloto.
Espero ver a chegada de outros Webber's nos próximos anos, sejam eles australianos, chineses, nigerianos, brasileiros, mas que venham abrilhantar a Fórmula 1.
Ainda restam 6 corridas para  fim da temporada e para o fim da passagem de Mark Webber na Fórmula 1, vamos acompanhar e torcer por um cara que merece por tudo que fez e está por fazer, inclusive por uma linda e perigosa carona.
A famosa carona
É claro que Webber nunca foi páreo para Sebastian Vettel, até porque se fosse, com certeza teríamos uma embate que daria para compararmos com Senna/Prost tanto dentro quanto fora das pistas, mas isso não quer dizer que o veterano deva algo para alguém, veio para a Fórmula 1 e cumpriu com louvor sua carreira no circo, boa sorte Mark Webber, você que a sua maneira, veio, viu e venceu.
Rômulo Rodriguez Albarez - SP/SP - Vários caminhos!

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