domingo, 24 de fevereiro de 2013

Senna vs. Prost - Para a eternidade





Prost enfim falou sobre o filme 'Senna', na qual é retratado como vilão, em entrevista à revista britânica 'F1 Racing', o tetracampeão disse que não conseguiu ver o filme todo dirigido por Asif Kapadia por crer que o mesmo não é verdadeiro. Abaixo, a entrevista:

“Vi uma grande parte dele. Não quis falar sobre isso antes, mas agora eu gostaria de dar a minha opinião. Pode ser um pouco longo, mas eu quero ser preciso”, afirmou. “Eu não gostei do filme, pelo que vi e pelo que ouvi. E não quero ver ele inteiro, porque eu sei como é”, comentou.

Alain disse ter conversado longamente com os produtores do filme, pois estava interessado em mostrar a mudança de personalidade de Ayrton Senna ao longo dos anos. Mas que nada adiantou e isso não foi mostrado no filme. 

“Quando falaram comigo pela primeira vez sobre o filme, eles me perguntaram se eu gostaria de fazer parte dele. Eu disse: ‘Claro. Por que, não?’ A única condição – bom, não é uma condição, precisa ficar claro, eu disse a eles: ‘Seria fantástico se vocês pudessem mostrar o Ayrton antes de ele chegar à F1; como ele era na F1, lutando comigo ou contra mim; e o Ayrton depois que eu me aposentei. Se você fizer isso, um misto de boas histórias e esporte, mesmo nas partes difíceis, a luta e o lado humano, então será um bom filme’”, explicou o francês.  


“Porque é realmente uma coisa inacreditável – na minha opinião, era uma história fantástica. Mas você precisa mencionar muitas coisas que aconteceram antes de eu me aposentar”, defendeu. “Fiz quase oito horas de entrevistas. Oito horas. Falando muito mais sobre o lado humano, para que você pudesse entender como ele era antes – porque ele também me disse, depois de eu me aposentar, como ele era quando nós estávamos correndo.”

“Mas eu também queria mostrar que, quando eu me aposentei, nós vimos um novo Ayrton Senna. É uma história fantástica do esporte, uma que só acontece, sei lá, quatro ou cinco vezes em 50 anos. Mesmo que tenha terminado mal para o Ayrton, é uma bela história no final”, reforçou. 

“O que eu realmente não gosto no filme – não mesmo – é que isso não apareceu. Você só tem uma chance de fazer um filme assim, porque uma vez que foi feito, você não vai fazer de novo”, lamentou. “Acho isso muito ruim. E muito triste. Se eles queriam fazer um filme comercial, com um cara ruim e um cara bom, então não faça entrevistas. Não me peça nada.”


Lembrando o trecho do filme que fala sobre uma reaproximação entre os dois, Prost foi enfático, afirmando que a declaração de Senna dizendo que sentia falta dele, havia sido acordada com a TV francesa.

“Eu estava tentando explicar o que aconteceu uma semana antes de Ímola, quando o Ayrton me ligava quase todos os dias. Tem coisas que ele me disse que eu nunca diria a ninguém. E eu jamais vou dizer algo sobre o que ele disse durante essa semana”, afirmou. “Quando você ouve Ayrton dizer ‘Alain, sentimos sua falta’, foi organizado e arranjado pela TV francesa [TF1]”, assegurou. 

“A razão pela qual não posso ficar feliz, não é por eu ser retratado como um cara ruim. Eu não ligo muito para isso por que... eu estou vivo, estou bem. Mas eu queria que todos soubessem quem Ayrton Senna era, sobre o que realmente era a nossa luta e, também, sobre o que aconteceu no final”, afirmou. “Se você quer contar uma história, conte a história verdadeira.”

“A nossa história não terminou em 1994. A nossa história vai durar para sempre. E você quer que isso diga a verdade. Estou mais chateado agora do que estava quando o filme foi lançado. E esta é a razão.”

Sobre a relação mocinho vs. vilão, Prost afirmou: “Deveria ter sido balanceado. Seria muito melhor. Obviamente, não é muito bom para Ayrton, mas também não é ruim”, ponderou. “Pelo menos você entenderia a personalidade ou caráter naquela época. Especialmente quando ele estava contra mim”, concluiu.


Apenas para finalizar o assunto, acho importante destacar, nas palavras de Nigel Mansell em entrevista aqui no Brasil em 2013, o britânico destaca alguns pontos fortes em Nelson Piquet, Ayrton Senna e Alain Prost:

“Não incluo o Nelson nisso e não quero citar nomes, mas existem grandes pilotos que decidiram campeonatos batendo com outras pessoas. Nós nunca fizemos isso”
 “...Alain Prost era muito estratégico fora do carro, talvez muito político para o meu gosto...”

Algo que é mostrado enfaticamente no filme.

Rômulo Rodriguez Albarez - Sampa/SP - Que a Deus seja dada toda honra, glória e louvor!

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