quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

F1 1986-1987 - Detalhes por Nelson Piquet e Nigel Mansell

Pra quem ainda não sabe ou não viu, a Ford está fazendo uma campanha publicitária do novo Fusion em uma mini-série de quatro capítulos. Ao que tudo indica, não aparecerá na TV, apenas na internet.
A grande sacada foi trazer de volta a rivalidade Piquet vs. Mansell, 25 anos depois do Tri de Nelson Piquet, título conquistado em cima de Nigel Mansell.
Os capítulos foram gravados aqui no Brasil, no autódromo de
Velopark, na cidade de Nova Santa Rita (RS), e o Linha de Chegada, programa apresentado por Reginaldo Leme e que passa na SporTV entrevistou os campeões, abaixo a entrevista. Muito legal ler as próprias palavras dos pilotos contando algumas das histórias dos anos de 1986/87 dos quais foram dois dos protagonistas, abaixo:


- Quando eu cheguei na equipe, eu era um pouco mais experiente que ele. Eu já tinha mais tempo e mais anos na F-1. Naquela época, isso era uma grande vantagem. Afinal, dependia mais da sua noção do carro e do que se discutia com os engenheiros. Porém, um fato negativo para mim é que ele já era parte da equipe quando eu cheguei, já conhecia tudo. Na verdade, tivemos um bom ano. Às vezes o carro dele quebrava, em outros casos era o meu. - Nelson Piqet sobre 1986.


A disputa entre os dois era tão ferrenha que implodiu o espírito de equipe, fazendo com que o título “caísse no colo" do francês Alain Prost, da McLaren.

- A gente deveria ter levado o campeonato de 1986. Perdi por um ponto, o pneu explodiu em Adelaide. A maior diferença entre as corridas dos anos 1980 era a confiabilidade. Em 1986, eu estava liderando o GP da Áustria e estava muito tranquilo, até que o eixo de transmissão quebrou. Eu ia vencer e acabei nem terminando a corrida. Perder a disputa geral por um ponto é muito duro. - Nigel Mansell sobre 1986.

- Em 1986, minha posição era melhor, mas o motor do carro quebrou duas vezes. Eu acho que eu merecia mais a vitória em 1986, e ele, mais em 1987 - diz Piquet.

- Certo - concorda Mansell.

Até que aí chega o ano de 1987. E logo no começo da temporada um susto para Piquet. Em Imola, na mesma curva Tamburello que vitimou Ayrton Senna sete anos depois, Piquet bateu forte. A partir dali, teve que carregar durante toda a temporada uma dificuldade a mais na disputa com Mansell.
- Tive um acidente em Imola e não dava para continuar (correndo). Fiquei sem noção de profundidade, mas não tinha como contar aos médicos, porque eles me tirariam da competição. Eu estava sempre atrás e não conseguia (correr). Ninguém sabia disso. A cada duas semanas, eu ia ao hospital da Força Aérea Italiana, em Milão fazer exames e melhorava cada vez mais. Só que, no primeiro mês, perdi mais de 80% da noção de profundidade. Tinha que olhar as placas para saber onde frear. Era ótimo correr atrás de alguém, mas não tinha como correr na frente.



Com Piquet melhorando fisicamente, apareceu também um crescimento nos seus resultados dentro das pistas. Foi quando a rivalidade virou “guerra” estratégia usada para um dinamitar o outro. Preocupada em perder novamente o título, a inglesa Williams resolveu dar preferência ao inglês Mansell. A atitude irritou Piquet.

- A nossa parceria era saudável na equipe. Mas às vezes, a gente escondia o jogo. Por exemplo quando mexeram com a suspensão, mas quando funcionou, a equipe não me autorizou a usar. Coisas assim. Teve uma vez que fiz um teste em Portugal e descobriram um diferencial que era ótimo para pistas de terra, e evitava o subesterço do carro (quando o carro costuma sair de frente). Convenci-os a instalar esse diferencial no carro reserva. Antes da corrida, foi aquele carro que escolhi. Sabia que era bem melhor...

- Nós éramos companheiros! - interrompe Mansell, aos risos.

- Só nós dois disputávamos o título, ninguém mais tinha chance de vencer. O piloto competia sozinho. Era ele e eu - lembra Piquet.

- Nelson não cometia muitos erros, assim como Prost e Senna. Nelson especialmente, ele era malandro. Se descobrisse um truque para correr mais rápido, ele escondia na manga. A gente só descobria depois - cutuca Mansell.

- Só fiz isso uma vez – defende-se Piquet.

- Às vezes surgem desafios no caminho que não deveriam existir. Nelson tinha todo o direto de fazer o que bem entendesse como piloto. Mas os engenheiros da equipe deveriam ser mais transparentes. Surgiram problemas ocasionais em que um engenheiro não dizia a verdade – relembra Mansell.

No Japão, penúltima prova do calendário, a rivalidade chegaria ao fim e não seria na curva final. Ainda nos treinos de classificação, Mansell rodou, bateu forte e deu adeus ao título, que ficou com Piquet. Começava então a fama de pé-frio de Mansell, que só seria enterrada em 1992, quando ele, enfim, conquistou o título.

- Em 1987 foi difícil (digerir a derrota) devido ao desfecho no Japão. Tive um acidente muito feio. O Nelson venceu em 1987 e foi ótimo para a equipe - resignou-se Mansell.

- Se fosse tudo justo, eu teria vencido em 1986, e o Mansell, em 1987 - conclui Piquet.


Por SporTV.comSão Paulo

Rômulo Rodriguez Albarez – São Paulo/SP – Vazio, um imenso vazio, nem sei se quero continuar, nem sei oq quero, nem sei mais quem sou eu ou como continuar, só sinto um imenso vazio, levaram meu coração embora e eu continuo vivo apenas sentido o vazio no meu peito!

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